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Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

sábado, 10 de janeiro de 2009

DESCRENÇA. Sobre as crianças do Rio clique no link abaixo




Queria escrever uns versos
de amor,
falar de alegria, de sorrisos
e de noites estreladas.

Celebrar a vida, as conquistas
e o meu romance,
com Rita,
minha doce amada.

Mas a crueldade sionista
dos nazistas de Israel,
chega a desanimar-me
da espécie humana.


Adriano Espíndola, janeiro de 2009, durante de um dos maiores massacres promovidos por Israel, na Faixa de Gaza.
FOTO: Reuters

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Herdeiros de Hitler - poesia de Adriano

Herdeiros de Hitler



Feito fogos de artifícios,
nos céus da Palestina,
cruzam bombas e morteiros
genocídas de Israel.

Centenas de novos mortos,
gente do povo, crianças.
Vidas perdidas.

Armas de destruição em massa.
sonhos desfragmentados,
despedaçados.

Faz, em Gaza, ó sionismo,
o mesmo que fizeram aos judeus,
no Gueto de Varsóvia,
nos campos de Auschwitz..

Adriano Espíndola, Janeiro 2009

atos contra os ataques


Intensificar as mobilizações contra os ataques Genocidas do Estado de Israel contra o Povo Palestino na Faixa de Gaza.

Dia 11 de Janeiro - Domingo – 10:00 hs
Manifestação no Vão do MASP
As mobilizações e a solidariedade internacional são decisivos na luta de resistência do povo palestino para derrotar o Estado de Israel nesse seu crime contra a humanidade.
Para isso, é preciso garantir a unidade de todos que defendem o povo palestino ante os ataques do Estado de Israel. Que têm clareza que neste conflito existe um agressor, o estado genocida e invasor de Israel e um agredido, o povo Palestino.
Várias frentes serão intensificadas nos próximos dias, relação com parlamentares, iniciativas de solidariedade com contribuição de medicamentos, alimentos, etc (SOS Gaza), comunicação e divulgação com produção de materiais para a população.
Mas o mais importante é intensificar as ações de rua e manifestações.
Outras atividades serão realizadas nos próximos dias, a principal uma manifestação no próximo domingo, dia 11, a partir das 10 h, no vão livre do Masp.
Além do ato no próximo domingo, chamamos a todos a fortalecer a atividade do dia 09/01 (sexta-feira), Atividade Sapatada – concentração no vão livre do Masp - Horário: 14:00hs
Esperamos a participação de toda a militância da Conlutas e a divulgação na lista das entidades.
A próxima reunião do Comitê para discutir a continuidade da Campanha será no próximo dia 12, segunda feira, 20 h, na SBM (Sociedade Beneficente Muçulmana) na esquina da Av. do Estado com a Rua Barão de Jaguara.
Saudações Conlutas
Didi

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MANUAL DA MÍDIA BURGUESA SOBRE O ORIENTE MÉDIO

TEXTO ANÔNIMO, CIRCULA PELA INTERNET


1) No Oriente Médio são sempre os árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se represália.

2) Os árabes, palestinos ou libaneses não tem o direito de matar civis. Isso se chama “terrorismo”.

3) Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama “legitima defesa”.

4) Quando Israel mata civis em massa, as potencias ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama “Reação da Comunidade Internacional”.

5) Os palestinos e os libaneses não tem o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isto se chama “Sequestro de pessoas indefesas.”

6) Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinos e libaneses desejar. Atualmente são mais de 10 mil, 300 dos quais são crianças e mil são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades eleitas democraticamente pelos palestinos. Isto se chama “Prisão de terroristas”.

7) Quando se menciona a palavra “Hezbollah”, é obrigatória a mesma frase conter a expressão “apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã”.

8) Quando se menciona “Israel”, é proibida qualquer menção à expressão “apoiada e financiada pelos EUA”. Isto pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.

9) Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões “Territórios ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações dos Direitos Humanos” ou “Convenção de Genebra”.

10) Tanto os palestinos quanto os libaneses são sempre “covardes”, que se escondem entre a população civil, que “não os quer”. Se eles dormem em suas casas, com suas famílias, a isso se dá o nome de “Covardia”. Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso se chama Ação Cirúrgica de Alta Precisão”.

11) Os israelenses falam melhor o inglês, o francês, o espanhol e o português que os árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama “Neutralidade jornalística”.

12) Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são “Terroristas anti-semitas de Alta Periculosidade”.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

DERROTAR A AGRESSÃO GENOCIDA DE ISRAEL EM GAZA! TODO APOIO À RESISTÊNCIA PALESTINA! DIREÇÃO NACIONAL DO PSTU

Leia a declaração do PSTU contra o genocídio na Faixa de Gaza
Direção Nacional do PSTU

DERROTAR A AGRESSÃO GENOCIDA DE ISRAEL EM GAZA!
TODO APOIO À RESISTÊNCIA PALESTINA!

Os sucessivos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza, somados a invasão por terra iniciada no último dia 3 de janeiro, já levaram a morte cerca de 600 palestinos e deixaram mais de 2.900 feridos, em grande parte civis, inclusive crianças.

A nova ofensiva de Israel deixa praticamente destruída a infra-estrutura deste território palestino, deixando a população sem água, energia, inviabilizando inclusive o atendimento médico básico aos milhares de feridos. Somados aos horrores deste massacre, o governo de Israel impede a entrada de alimentos, água e remédios, revelando a face mais cruel do verdadeiro genocídio praticado contra o heróico povo palestino.

Depois das eleições de 2006, a reação das massas palestinas levou o Hamas a expulsar do seu território os agentes diretos de Israel, tornando parte de sua terra independente. O Hamas, depois de tentar conciliar com Abbas e o Fatah, também desmontou o aparato repressivo da antiga direção palestina que durante anos vem capitulando a Israel e aos EUA, via os chamados "acordos de paz" que só levaram a um maior controle da Palestina pelo Estado de Israel.

Agora Israel, com o apoio direto dos EUA e com o silêncio conivente dos governos imperialistas, tenta destruir a todo custo qualquer possibilidade de se começar a construir uma Palestina livre. Somente a resistência direta do povo palestino, somada a solidariedade internacional com manifestações cada vez mais representativas em todo mundo podem derrotar este verdadeiro genocídio.

ESTADO DE ISRAEL MOSTRA SUA VERDEIRA FACE: RACISTA E FASCISTA
Os povo judeu é o povo que mais sofreu com os horrores da Segunda Guerra Mundial, com a política de limpeza étnica e de assassinatos em massa desferida pelo Estado nazista alemão. Milhões de judeus morreram nos campos de concentração, vítimas dos horrores desta guerra.

Ao mesmo tempo em que é necessário reafirmar o repúdio aos crimes de guerra praticados pelo nazismo, é preciso também reconhecer que atualmente o que está sendo praticado pelo Estado de Israel contra o povo palestino se assemelha em muito ao método de eliminação física e limpeza étnica utilizado pelos nazistas na segunda guerra.

Os sucessivos massacres desferidos por Israel condenam o povo palestino à morte, ao desespero e a miséria absoluta. A ocupação militar do território palestino e a retirada de milhares de famílias, que tiveram suas casas ocupadas por colonos judeus trazidos de várias partes do mundo, demonstram que a política de Israel é a expulsão ou mesmo a eliminação física do povo palestino, que só fez resistir a esta ocupação criminosa nos últimos anos.

Não haverá paz na Palestina enquanto subsista um Estado que se apóia no racismo e na limpeza étnica do povo que habitava essa mesma terra até a colonização sionista. A única saída para este conflito é o fim do Estado de Israel, e a construção de uma Palestina livre, laica e não racista, que garanta o direito à autodeterminação e a liberdade religiosa a todos os povos da região.

A política de dois Estados ou a de um Estado binacional não terão nenhum resultado prático para a luta por auto-determinação do povo palestino, pois na essência elas manterão o controle de Israel - direta ou indiretamente - sobre toda a região, como já se demonstrou em todos esses anos de falidos "planos de paz", desde os chamados Acordos de Oslo e que só serviram para as contínuas anexações de territórios palestinos entregues a colonos judeus armados até os dentes por Israel.

EUA SÃO PARCEIROS DIRETOS DE ISRAEL NO MASSACRE AO POVO PALESTINO
O governo dos EUA vem dando apoio direto e incondicional à nova ofensiva do Estado de Israel contra a Faixa de Gaza e o povo palestino. O argumento mentiroso que é usado pelos imperialistas é que Israel somente está se defendendo do 'terrorismo' do Hamas. É a mesma desculpa que utilizam para ocupar o Iraque e o Afeganistão. Quando ocupam a terra de um povo à força e estes povos se rebelam, os chamam de terroristas, como os nazistas fizeram com os judeus do Gueto de Varsóvia quando se levantaram contra o cerco genocida.

Israel submeteu Gaza a um cerco desde a vitória de Hamas nas eleições. E querem que os palestinos de Gaza não lutem contra o agressor e aceitem calados a morte por asfixia. O verdadeiro terrorista é o Estado sionista, que bombardeia a população civil, invade e destrói casas, hospitais e escolas.

Os números do próprio conflito, onde até o momento morreram mais de 600 palestinos entre eles uma grande parte de civis, demonstram que na verdade tudo não passa de uma grande falácia. O Estado de Israel aproveita o apoio dos EUA e a conivência da ONU e da maioria dos governos de países europeus e da União Européia para avançar em sua política de extermínio do povo palestino, buscando impedir qualquer possibilidade de construção de uma Palestina livre do controle israelense.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, que chegou a gerar expectativas positivas no mundo árabe sobre a possibilidade de uma mudança na política norte-americana em relação à questão palestina, tem evitado se pronunciar com a desculpa que o presidente ainda é George W. Bush. Procura assim ocultar sua posição, de respaldo total à política sionista, declarada em uma viagem a Israel durante a campanha eleitoral. Enquanto isso, as massas do mundo inteiro se mobilizam nas ruas contra a agressão à Gaza e vão na contramão de seus governos. Isso demonstra mais uma vez que só a resistência palestina e árabe e a mobilização dos povos do mundo inteiro contra o imperialismo podem impor uma derrota a Israel.

EXIGIMOS DE LULA QUE O GOVERNO BRASILEIRO ROMPA RELAÇÕES COM ISRAEL
As autoridades brasileiras, inclusive o próprio presidente Lula, vêm dando declarações contrárias à nova ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. Porém, a situação do povo palestino é muito grave e não bastam somente palavras de solidariedade.
É necessário que o governo brasileiro rompa as relações comerciais e diplomáticas de nosso país com o Estado de Israel, para demonstrar de fato uma solidariedade ativa com o povo palestino. Exigimos também a revisão imediata da inclusão de Israel no Mercosul.

Saudamos as manifestações que já foram realizadas em várias partes do país em solidariedade ao povo palestino, mas os movimentos sociais brasileiros precisam cobrar do governo Lula a ruptura imediata de relações com Israel, pois somente com uma forte pressão internacional poderemos ajudar na prática a heróica resistência do povo palestino.

# FIM DO GENOCÍDIO NA FAIXA DE GAZA!
# ABAIXO O ESTADO FACISTA E RACISTA DE ISRAEL!
# VIVA A RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO!
# EXIGIMOS DO GOVERNO BRASILEIRO A RUPTURA IMEDIATA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E DIPLOMÁTICAS COM O ESTADO DE ISRAEL!


São Paulo, 7 de janeiro de 2009

Direção Nacional do PSTU
www.pstu.org.br

O GUETO DE GAZA - Crônica da Urda

O GUETO DE GAZA



Eu me lembro com intensa nitidez dos profundos olhos aveludados e escuros daqueles homens, daquelas moças. Passei a conhecê-los nos Fóruns Sociais Mundiais de Porto Alegre – costumava chegar quase na hora do começo da passeata de abertura, e quando meus amigos me perguntavam:
- Vamos todos juntos?
Eu não titubeava:
- A gente se encontra depois. Vou junto com quem tiver mais necessidade de apoio. Vou ver se encontro o pessoal do Iraque, ou da Palestina...
Sempre encontrava o da Palestina. Eram homens de profundos olhos inteligentes e sofridos; eram moças com olhos iguais, algumas vestidas como certas figuras bíblicas femininas que pintores do Renascimento pintaram, e sempre com tamanha fé na Justiça! Vinham em poucas pessoas lá do seu mundo distante e garroteado, poderiam sumir no meio de multidões de 100.000 pessoas com as suas humildes “hattas”[1], mas eram eles os mais visíveis, porque as pessoas que se abalavam até os Fóruns Sociais Mundiais bem sabiam da realidade torturante daqueles irmãos. Na primeira vez que desfilei com eles decerto pareci-lhes estranha – não falávamos uma palavra sequer um da língua do outro, mas já lá no final, chegando ao anfiteatro do Pôr-do-Sol (quanta saudade!), alguém serviu de intérprete e contou para um dos palestinos que eu perdera um emprego por defender a Palestina. O homem de profundos olhos de veludo deu uma risada contagiante, e respondeu algo que também me foi traduzido: ele também perdera o emprego por ser palestino! Nosso simpático contato sem palavras começou ali.
Em outras ocasiões em que nos encontramos eles já me recebiam calorosamente com seus olhos que tudo expressavam, e que tinham uma ternura aveludada que poderia adoçar o mundo.
Depois que os Fóruns Sociais Mundiais saíram de Porto Alegre e foram para outros países, passamos a ter uma palavra de contato: quando nos encontrávamos, sempre primeiro na passeata de abertura, apontávamos uns para os outros e dizíamos: “Porto Alegre!”, palavra chave que, aliada aos olhos profundos e misteriosos deles, significava todo um caloroso discurso. E nos abraçávamos como irmãos que somos (ou eram? Estarão vivos?), e na passeata de Caracas/Venezuela, um dos homens mais velhos tirou da sua mochila uma belíssima bandeira da Palestina em seda verde, vermelha branca e preta, e me deu. Sorrimos um para o outro e dissemos a palavra mágica:
- Porto Alegre! - e eu guardo com imenso carinho aquela bandeira de seda assim como a recebi, talvez ainda trazendo entretecido nos seus fios finos esporos ou pólen de plantas ou de outras formas de vida daquela distante Palestina onde provavelmente não poderei ir no decorrer da minha vida, pois envelheço, e o gueto que é a Faixa de Gaza está cada vez mais inacessível, e a mágoa da minha desesperança me faz pensar muito na solução final[2] dada ao Gueto de Varsóvia...[3]
Vejo as notícias e as fotos na Internet, e sei de tantas coisas, faz tanto tempo! Sei como os meus irmãos da Palestina tem que suportar o cheiro nauseabundo do lixo em decomposição, pois o Estado de Israel não deixa sequer que de lá se retire o lixo... e sei das crianças palestinas que são feridas por obuses lançados por tanques enquanto brincam, e que morrem de hemorragia nos portões do seu gueto porque insensíveis membros do exército israelense dizem que só dali a tantas horas tal portão poderá ser aberto, para a criança chegar a um hospital... e sei de detalhes que me deixam com vergonha por ser chamada de humana, pois um exército a serviço de também ditos humanos judeus faz coisas que quase não são críveis, como derrubar um edifício inteirinho para matar um único homem a quem perseguem, e que sabem que está escondido no poço do elevador... ou esse mesmo exército lançar um míssel sobre uma inocente festa de casamento, ou sobre uma formatura de guardas de trânsito...
Mil páginas seriam poucas para enumerar todos os horrores que sei, que tenho lido, tenho sabido, tenho aprendido sobre o que o governo de Israel faz com o Gueto de Gaza sob os olhos de todo o mundo, como se ninguém se importasse. O espaço, aqui, não permite entrar nas causas históricas dos acontecimentos, mas é bom aprender a respeito, para se entender que Israel não tem razão, que as barbaridades que vêm desde a década de 1940 são das mais abjetas da humanidade. O que me horroriza ainda mais, neste momento, são as fotos que não param de chegar de Gaza, de crianças carregadas nos braços dos pais, sem os pés e parte das pernas, com tendões e nervos que sobraram retorcidos como se fossem molas de metal, ou das fileiras de meninos e meninas nos seus trajes de frio, mortinhos, prontos para o funeral, e das caras sem consolo dos pais que ali estão, ou daquele menininho morto e ensangüentado, que o pai carrega no colo embrulhado na bandeira, bandeira igual àquela que tenho, menininho que nunca terá nos olhos aquela força forte como aço e suave como veludo e que nunca entenderá a palavra “Porto Alegre” – de novo digo que mil páginas seriam poucas para contar sobre cada foto, cada fato, cada texto e cada análise que tenho lido – um último fio que me une à esperança é a existência daquela gente de Israel que se nega ao crime, daqueles soldados israelenses que preferem a prisão do que ir assassinar seus irmãos já quase mortos de fome, frio e sede no gueto vizinho – pois Gaza hoje tem 1.500.000 habitantes trancafiados sem recursos numa área de 350 quilômetros quadrados, o que é mais ou menos a metade do tamanho desta minha pequena cidade de Blumenau...
Não há como dizer “enfim”, para um texto como este. A dor e a mágoa por se saber que tais injustiças continuam acontecendo diante do mundo é uma coisa que poderia me matar de angústia, e então tenho que reagir escrevendo, que é o meu jeito de ser – mas o que escrever, se todos os grandes escritores, todos os grandes pensadores deste mundo já escreveram tudo o que eu gostaria de escrever, pois não é só a mim que a indignação arrasa – e por todos os lados as populações estão saindo às ruas para protestar contra este massacre inumano? Então achei que poderia escrever sobre os meus palestinos, aqueles que sabem a palavra “Porto Alegre”, e que tem aqueles olhos profundamente cheios de significado, força e doçura. Então penso se estarão vivos, se aquelas lindas moças não serão hoje cadáveres só com meia cabeça, ou se os netinhos daqueles homens não estejam, talvez, com ferimentos como se fossem couve-flores de sangue nas suas barriguinhas de meninos mortos, ou se meus próprios amigos já não terão vidrados e frios os seus olhos que eram cheios de doçura e de força...
Ah! Palestina, ah! Palestina, como me dóis cá dentro do meu peito que parece estraçalhado... Ah! Palestina, ah! Palestina, que me resta fazer além de chorar angustiadamente, como estou a fazê-lo agora?


Blumenau, 06 de Janeiro de 2009.


Urda Alice Klueger
Escritora e historiadora

[1] Hatta: Lenço palestino, quadriculado de preto e branco, ou de vermelho e branco, que se tornou um símbolo de resistência. Era usado por Yasser Arafat.
[2] Solução final: expressão usada pelo nazismo que significava, a grosso modo, “matar todos”.
[3] Gueto de Varsóvia: onde 380.000 judeus foram implacavelmente mortos pelos nazistas até a última pessoa. Procurar se informar melhor a respeito. Hoje é o Estado de Israel que repete a história, matando sem piedade os palestinos da Faixa de Gaza.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Boicote a Israel - não comprar produtos com código de barra iniciado por 729

Amigos e amigas,

Abaixo posto mensagem enviada para a lista simpatizantes do PSTU pelo companheiro Sérgio Morales.

Peço que reproduzam

Adriano Espíndola
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Prezad@s camaradas e amig@s,


Convido-os a fazerem alguma coisa contra a política genocida do Estado de Israel.


Vocês podem dar uma contribuição, aderindo ao boicote dos produtos israelenses vendidos nas lojas e supermercados.


Lembro-lhes que o boicote ao regime racista da África do Sul foi um dos fatores importantes que contribuíram para a queda do "apartheid".


Basta que, ao comprarem produtos nos supermercados e lojas, verifiquem o código de barras. Se iniciar pelos algarismos 729, é proveniente do Estado sionista.


É importante a verificação do código de barras, pois, precisamente para "enganar" o boicote (que iniciou na Inglaterra), muitos produtos israelenses não mencionam o tradicional "made in Israel".


O boicote não implica, de nenhuma maneira, em antissemitismo, pois o alvo não são os judeus enquanto nacionalidade, mas um Estado que comete atrocidades e se baseia no militarismo colonialista.

Além disso, uma das principais promotoras do boicote, Olicia Zemor, é uma judia indignada com as políticas de Israel.

Saudações,

Sérgio Morales
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http://www.petition online.com/ plo2002/petition .html





Iniciado em universidades ganha outros setores...

PARIS - Iniciado há pouco nos meios universitários europeus e americanos, muitas vezes sob a iniciativa de acadêmicos judeus, o boicote a Israel, por causa de sua política em relação à Autoridade Palestina , começa a estender-se oficiosa e fragmentariamente aos setores comercial, industrial e artístico, causando preocupações aos dirigentes israelenses.
Sem dúvida, nenhum país ocidental se declarou favorável a tal gênero de punição contra Israel. Apenas o Parlamento Europeu preconizou em abril sanções econômicas contra Israel, mas teve sua proposta rejeitada pela Comissão Executiva da União Européia. Ainda no plano institucional, não foi diferente o resultado alcançado pela Liga Árabe, lançando em maio uma campanha mundial para o isolamento econômico, comercial, universitário, cultural e artístico de Israel.
Entretanto, as exportações israelenses para a União Européia caíram cerca de 20% no primeiro trimestre. No mesmo período, as missões de diferentes países para compra de armas em Israel se tornaram cada vez mais raras, enquanto a Alemanha decidiu retardar o fornecimento de motores e caixas de câmbio para os tanques e carros de combate Merkava, do Exército israelense.
Por sua vez, em Jerusalém, até importadores de eletrodomésticos se declaram perplexos ante a atitude de seus fornecedores europeus, que se negam agora a vender-lhes peças de reposição para geladeiras ou máquinas de lavar, sob o pretexto de que estas poderão servir na fabricação de mísseis. Dentro desse mesmo espírito, industriais holandeses e gregos suspenderam a venda de detergentes de cozinha a Israel, alegando que tais produtos são "potencialmente armas químicas".
Aderindo ao movimento, estivadores noruegueses impediram recentemente a entrada no porto de Oslo de um cargueiro transportando mercadorias israelenses. Pouco depois, alguns dos principais sindicatos da Escócia, Dinamarca e Noruega conclamaram o público europeu a não comprar nos supermercados os "made in Israel", notadamente aqueles das grandes marcas (a relação nominal está sendo divulgada pela Internet), nos setores de frutas, sucos e legumes, embalagens alimentícias, roupas, lingeries, equipamentos esportivos, etc.
Um dos "cérebros" da campanha, a intelectual judia Olicia Zemor, explicou em Paris que o boicote se tornará mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, ou seja 0729.
"Os europeus em particular precisam saber que muitos dos produtos israelenses, beneficiando- se de tarifas preferenciais da União Européia, são fabricados nos territórios palestinos ilegalmente ocupados pelos colonos judeus, incluindo áreas 'anexadas' há pouco - e nisso é utilizada a água que Israel usurpa também, para não dizer rouba, dos palestinos", ponderou.
No domínio universitário, o apelo ao boicote é respaldado por 120 professores de universidades européias e americanas (vários são de origem judaica) que defendem a suspensão do intercâmbio com suas homólogas israelenses, especialmente na área das pesquisas científicas.
Contra tal posição elevaram-se, contudo, cerca de mil acadêmicos da Europa e dos EUA. Em manifesto, eles afirmaram que o boicote à cooperação cultural "viola o espírito essencial da liberdade e a busca da verdade".
Ao formalizar, com outras personalidades judias, seu apoio ao movimento pró-boicote (que se dotou de um "coletivo" de mobilização em Paris) o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, afirmou: "Há muitos cidadãos judeus como eu que não vivem no passado, com essa vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer o Holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidos, sob indiferença geral."
As incidências dessa arregimentação se fazem sentir igualmente nos âmbitos esportivo e artístico. Temporadas na Europa de companhias de dança e música israelense foram canceladas, enquanto suas congêneres européias renunciavam a participar do Festival de Israel.

POEMA DE MINHA IRA ou PAZ DOS CEMITÉRIOS




Meu coração palestino,
ferido de morte, clama por justiça.
Clamor que resulta inútil,
frente a indiferença das arrogantes
potências imperiais.

Outro dia finda na faixa:
Armas de destruição em massa
destroem minha Gaza,
explodem crianças,
arrasam com sonhos.


Sionismo maldito e covarde.
teu fim está próximo.
O sangue que derramas,
é o combustível de minha ira!

Adriano Espíndola, janeiro 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ataque por terra acelera genocídio em Gaza

Ataque por terra acelera genocídio em Gaza
Gustavo Sixel, da redação do Jornal Opinião Socialista do PSTU
www.pstu.org.br




Próximo da fronteira, moradores da Faixa de Gaza escutam os motores de carros de combate e tanques avançando no território palestino. Em Israel, a notícia do início da operação por terra chega pela TV - os principais canais interrompem a programação para mostrar o avanço dos blindados e milhares de soldados e reservistas.

Após sete dias despejando bombas sobre os moradores da Faixa de Gaza, o exército de Israel iniciou mais uma capítulo nesse ataque criminoso, o pior em 40 anos. O ataque por terra, que já provoca mais mortes entre a população, foi anunciado como uma “operação inevitável” por militares israelenses, devendo durar “alguns dias”.

Nos últimos dias, representantes de países se reuniram mais uma vez na ONU, pateticamente. Alguns dos países, como os EUA, de Bush e Obama, reconheceram o direito de Israel “se defender” e acusaram o grupo Hamas. Enquanto os países reconheciam o massacre, Israel preparava as condições para entrar em Gaza.

“Yes, We Can”
O caminho estava aberto para a fase seguinte. Na sexta, dia 2, Israel usou pela primeira vez tiros de artilharia, com precisão ainda menos “cirúrgica” do que a das bombas que despeja de seus aviões. No dia seguinte, pouco antes da invasão, mais de 45 aviões bombardearam alvos em toda a Faixa de Gaza. Apesar de alegar que os alvos eram militares, o bombardeio chegou a destruir até mesmo uma escola.

As tropas de Israel isolaram Gaza e praticamente dividiram a Faixa de Gaza, impedindo a circulação entre a parte norte e a parte sul. Enquanto isso, o número de mortos não pára de crescer e todas as fontes reconhecem que já são mais de 500 mortos. Representantes do Ministério da Saúde acreditam que o número total de mortos e de feridos é bem maior, mas impossível de ser medido em meio ao caos em que a região foi jogada.

Entre os mortos, mais de 100 são crianças, segundo a agência de notícias palestina Ma’na. Os ataques terrestres só tem feito esse número aumentar. A artilharia atingiu um mercado, matando pelo menos cinco civis e ferindo mais de 40. Em um campo de refugiados, outros 16 morreram em uma mesquita. No caso mais emblemático, uma mãe e quatro filhos morreram, após uma bomba cair sobre sua casa. O Ministério da Saúde da Palestina calcula que em torno de 65% dos mortos levados aos hospitais não estavam envolvidos em combates. A ministra do Exterior israelense, Tzipi Livni, chegou ao cúmulo de afirmar que "ocasionalmente os civis também têm de pagar".

A ministra também se nega a reconhecer a crise humanitária em Gaza, provocada pelo longo bloqueio. A crise faz com que analistas já a comparem com o Gueto de Varsóvia, onde judeus sobreviviam sob o nazismo. Os nove dias de ataques fizeram com que a água e a comida começassem a escassear. A eletricidade – antes restrita a algumas horas do dia – entrou em colapso, assim como a rede de telefonia.

Nos hospitais é onde a situação é mais caótica. A Cruz Vermelha afirma que os médicos trabalham acima do limite, e sem condições mínimas, de equipamentos e material para tratar dos feridos que já aproximam-se de três mil.

Israel continua mantendo fechada as fronteiras e impedindo que qualquer ajuda chegue aos palestinos. Cerca de 30 caminhões carregados de alimentos e remédios esperam no lado egípcio. Revoltado, Azmi Bishara, um conhecido intelectual palestino, chegou a chamar o povo egípcio a invadir a fronteira.

Combates e protestos
Israel dividiu Gaza e a resistência está enfrentando o exército sionista em quatro frentes. Os combates mais intensos ocorreram durante a manhã deste domingo nas localidades de Beit Hanun, Bait Lahiya, Jabalya e nos bairros de Zaitun, At Toufah e Ash Shujayya, de Gaza. A ala militar do movimento Hamas, as Brigadas do Qassam, anunciou que lançou dois foguetes tipo Grad contra a base militar Tseelem, na região Sul, a maior base sionista. Israel confirmou o ataque. Ao todo, Israel reconhece ter sido alvo de 40 foguetes, em bases e cidades próximas. Um militar israelense, ferido em combate, morreu neste domingo, sendo a primeira baixa nas tropas invasoras.

Junto com a resistência armada, a invasão fez aumentar a quantidade e a força dos protestos pelo mundo e na região. Houve enfrentamentos entre manifestantes e a polícia no Egito, na Mauritânia e em Beirute, no Líbano. O Marrocos foi marcado por um mega-protesto contra o ataque. Houve protestos importantes em Londres, Paris e Madrid. Em Israel, após os primeiros atos, um grande protesto reuniu 10 mil judeus contrários à invasão da Faixa de Gaza.

A outra parte da Palestina, a Cisjordânia, governada pelo Fatah, de Abbas, também foi marcada por protestos contra o ataque. Milhares de manifestantes cercaram o muro que Israel constrói ao sudeste de Kalkilia, em um ato contra a invasão. Soldados israelenses abriram fogo contra os manifestantes e o jovem Mufid Saleh Walwil, de 20 anos, foi morto. Seu corpo foi levado pelos manifestantes em uma grande marcha contra Israel. Também houve protestos em Ramalah, com cerca de 2 mil palestinos.

Paz dos cemitérios
Com seus ataques, Israel pretende forçar o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, a aceitar um acordo de paz rebaixado. Apoiado na desculpa da defesa dos disparos do Hamas, o governo sionista tenta avançar ao máximo, fragilizando a população palestina e aproveitando-se da troca de comando em seu principal apoiador, os Estados Unidos.

O governo também tem motivações internas para o genocídio. A menos de dois meses das eleições, os partidos que governam Israel (Trabalhista e Kadima) apareciam nas pesquisas atrás do Likud, do ex-premiê Binyamin Netanyahu. Após os ataques, o apoio ao partido trabalhista, do ministro da Defesa, Ehud Barak, teve um crescimento significativo, suficiente para manter a maioria no parlamento para a coalizão.

Mas nada garante que estes objetivos sejam alcançados. A guerra sem fim de Israel provocou a revolta em todo o mundo, inclusive em Israel e nos Estados Unidos, onde jovens e trabalhadores cobram uma posição de Barack Obama. Por todo o lado, as imagens da matança em Gaza chocam e chegam a levantar comparações com o horror nazista. Os protestos pelo mundo e a resistência dos palestinos de Gaza e da Csijordânia podem fazer com que os planos de Israel não sejam alcançados.

Os ativistas do Brasil e de todo o mundo devem levantar-se contra a invasão da Faixa de Gaza e pelo fim do estado militar de Israel, mantido pelos Estados Unidos há 60 anos. É preciso ir às ruas, em atos como os do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e exigir de Lula que se posicione ao lado do povo palestino, rompendo relações com o estado assassino de Israel. Não basta apenas anunciar o envio de alimentos e remédios e propor reuniões, enquanto as tropas israelenses bombardeiam crianças e sequer permitem que a ajuda chegue ao povo palestino

domingo, 4 de janeiro de 2009

FRENTE AO GENOCÍDIO JUDEU EM GAZA: O SILÊNCIO CRIMINOSO DE OBAMA, POR SARAMAGO

Saramago para Obama: cumplicidade no crime
FONTE: http://caderno.josesaramago.org/ e www.pstu.org.br


Em seu blog, escritor português desafia que presidente eleito conte a suas filhas sobre o que acontece na Faixa de Gaza. Leia abaixo o texto de Saramago, publicado no último dia do ano


"Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a “relação especial” que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino. Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal “relação especial” com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos.


Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…) E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: “Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime”.

NOTA DO PSTU: Israel promove pior massacre na Faixa de Gaza em 40 anos





Israel sela o ano de 2008 com mais um brutal ataque aos territórios palestinos. Na manhã desse dia 27 de dezembro, no mais violento ataque à faixa de Gaza nas últimas quatro décadas, aviões israelenses bombardearam a área e deixaram um rastro de destruição com mais de 200 mortos e 700 feridos. À noite, os bombardeios recomeçaram, atingindo uma mesquita e instalando novamente o pânico em Gaza.

Ao final do dia, os palestinos contabilizavam ao menos 227 mortos. A cada hora, os números sáo superados, aproximando-se dos 300. Além de Gaza, os povoados de Jan Younis e Rafah, ao sul da faixa, também foram atingidos. O governo de Israel, como de costume, tentou justificar a ação militar afirmando que os alvos eram instalações do Hamas. Os ataques, porém, foram realizados de forma indiscriminada em área urbana e densamente povoada. Entre as centenas de mortos havia mulheres e crianças.

As imagens de TV mostram cenas dramáticas de hospitais lotados e médicos desesperados, sem a mínima estrutura para atender as inúmeras vítimas da carnificina perpetrada por Israel. Corpos, alguns completamente destroçados, eram alinhados na rua, próximos aos escombros de prédios destruídos pelas bombas. "Há feridos e mártires em todas as casa e ruas. Gaza hoje foi pintada de sangue", disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

O massacre ocorre poucos dias após o Hamas ter se recusado a renovar o cessar-fogo que vigorava há seis meses. A razão: Israel, ao contrário do prometido, manteve nesse tempo o bloqueio e os ataques ao território. O isolamento da área vem provocando uma verdadeira crise humanitária, ampliando o desemprego e a miséria entre a população palestina. Foi o castigo de Israel pelo fato de os palestinos terem dado a vitória ao Hamas nas eleições em 2006.

A direção do Hamas, por sua vez, afirmou que irá resistir "até o último sangue" às ofensivas. O partido conclamou os palestinos a impulsionarem uma terceira Intifada contra a dominação israelense.

Genocídio
Não satisfeito com o ataque covarde, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou que a ofensiva do Exército na faixa de Gaza "não será fácil e não será breve". As forças armadas cogitam até mesmo um ataque por terra. "Há o tempo para o cessar-fogo, há o tempo para lutar; agora é o tempo de lutar", afirmou cinicamente Barak, que denomina "lutar" o ato de despejar centenas de bombas sobre a população de Gaza.

A declaração do ministro israelense revela que os ataques ao povo palestino continuarão por mais tempo. É a política oficial do genocídio. "Pode levar tempo e cada um de nós deve ser paciente para que completemos a missão", afirmou o atual primeiro-ministro Ehud Olmert. E qual missão seria essa? O fim do lançamento de mísseis palestinos ao sul de Israel, como garantem as autoridades? O discurso da ministra de relações exteriores, Tzipi Livni, dá uma pista. "Israel deve derrubar o Hamas e um governo sob minha direção o fará", afirmou.

Livni é candidata ao cargo de primeira-ministra nas eleições que ocorrem dia 10 de fevereiro. Assim como Ehud Barak. O verdadeiro objetivo de Israel é, portanto, destruir o Hamas e submeter os palestinos a um controle ainda mais duro. O atual governo corre para atingir essa meta e angariar os dividendos políticos para as eleições. Com isso, tentam ainda reverter os escândalos de corrupção que marcam a gestão de Olmert.

O massacre revela, sobretudo, o caráter fascista do Estado de Israel, apoiado pelo imperialismo norte-americano. Israel, esse sim, utiliza o terror e os ataques em massa à população civil para manter e garantir a ocupação da Palestina.