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Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

segunda-feira, 12 de março de 2012

MC EMICIDA LANÇA NOVO RAP “Dedicado às vítimas do [favela do] Moinho, Pinheirinho, Cracolândia, Rio dos Macacos, Alcântara e todas as quebradas devastadas pela ganância”

 

Ainda que surpreenda algumas pessoas, sou fã de rap, principalmente do rap engajado, que traz em sua letras a realidade nua e crua da luta de classes e das mazelas sociais do sistema capitalista.

Foi assim que, faz algum tempo, descobri o rapper Emicida, um artista das ruas que a cada dia tem mostrado mais engajamento social.

Só para se ter uma idéia seu novo som “Dedo na Ferida”, é ilustrado por um clique que tem na “chacina” de Pinheirinho, seu principal cenário.

Abaixo trago duas matérias, uma extraída do site Terra, da jornalista Lorena Calabria, publicada originalmente em http://goo.gl/bK9x6 e outra, extraída do Blog do próprio rapper, que pode ser acessada em http://goo.gl/hNZUP.

É claro, logo abaixo dois atalhos. Um para assistir o clique e outro para fazer um do download em MP3 dela.

Abraços,

Adriano Espíndola

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CLIQUE AQUI E ASSISTA O VÍDEO

FAÇA UM DOWNLOAD EM MP3, CLICANDO AQUI

"Dedo na Ferida"

Agradecimentos especiais:
Herbert do Sindicato dos metalurgicos de SJC pelas imagens internas do pinheirinho.
Dedicado a todos os focos de resistência popular que dia após dia, sofrem perante a ganância de corporações e empresários.

Letra:
scratchs ( pimenta nos zóio dos politicos )
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( a fúria negra ressuscita outra vez )
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( anota meu recado)
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( primeiro eu quero que se foda )
Renan Samam, Emicida, o rap ainda é o dedo na ferida...

Vi condomínios rasgarem mananciais
a mando de quem fala de Deus e age como Satanás.
(Uma lei) quem pode menos, chora mais,
corre do gás, luta, morre, enquanto o sangue escorre –
é nosso sangue nobre, que a pele cobre,
tamo no corre, dias melhores, sem lobby.
Hei, pequenina, não chore.
TV cancerigena,
aplaude prédio em cemitério indígena.
Auschwitz ou gueto? Índio ou preto?
Mesmo jeito, extermínio,
reportagem de um tempo mau, tipo Plínio.
Alphaville foi ilusão, incrimine-os
Grito como fuzis, Uzis, por brasis
que vem de baixo, igual Machado de Assis.
Ainda vivemos como nossos pais Elis
quanto vale uma vida humana, me diz?

Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( a furia negra ressuscita outra vez )
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( anota meu recado)
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs ( primeiro eu quero que se foda )
Renan Samam, Emicida, o rap ainda é o dedo na ferida...

É só um pensamento, bote no orçamento
nosso sofrimento, mortes e lamentos,
forte esquecimento de gente em nosso tempo
visto como lixo, soterrado nos desabamento
em favela, disse Marighella. Elo
contra porcos em castelo
o povo tem que cobrar com os parabelo
porque a justiça deles, só vai em cima de quem usa chinelo
e é vítima, agressão de farda é legítima.
Barracos no chão, enquanto chove.
Meus heróis também morreram de overdose,
de violência, sob coturnos de quem dita decência.
Homens de farda são maus, era do caos,
frios como halls, engatilha e plau!
Carniceiros ganham prêmios,
na terra onde bebês, respiram gás lacrimogênio.

Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs (a fúria negra ressuscita outra vez)
foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs (anota meu recado)
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
scratchs (primeiro eu quero que se foda)
Renan Samam, Emicida, o rap ainda é o dedo na ferida.

 

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O PICASSO DO RAP NACIONAL

por Lorena Calabria

Emicida é o Picasso do rap. Aaaaaah? Exagero? Sim, mas a comparação é pertinente. Presta atenção:

"Guernica", a obra mais famosa do Picasso, de 1937, é o retrato cubista das atrocidades fascistas da Guerra Civil espanhola.

Emicida pinta o seu “Guernica”, transformando a indignação em música inspirada por fatos recentes como a truculenta desocupação de Pinheirinho e a “limpeza” da cracolândia, entre outros. O alvo é a violência do Estado. E a cobertura da mídia.

“Dedo na ferida”, o novo single/vídeo, é mais que um tapa na cara. É uma bordoada. Uma voadora. Um golpe certeiro que leva a nocaute.

E assim como “Guernica”, também em preto e branco.

Para quem sentia falta do rap engajado ou da música de protesto no cancioneiro popular, taí a resposta.

“Dedo na Ferida” impressiona pelo caráter urgente. Capta o sentimento de milhares de pessoas que inundaram as redes sociais protestando.

É urgente também no formato. As imagens que acompanham “Dedo na ferida” são tão impactantes quanto seu recado. Em preto e branco, o vídeo, dirigido por Nicolas Prado, ganha ares épicos, uma espécie de Apocalypse Now.

Imagens dos conflitos retiradas da internet, outras cedidas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos (que acompanhou de dentro a desocupação do Pinheirinho), completadas por registros feitos por Emicida e DJ Nyack no bairro paulista do Cachoeira.

É, você não viu isso nos telejornais.

Emicida já havia cantado a bola: a Revolução é silenciosa.  E, como prenunciou Gil Scott-Heron, não será televisionada.

A seguir, a entrevista que fiz com o rapper, assim que ele saiu da aula de canto e piano. Você ficou surpreso? Eu não.

Você sempre falou de injustiça social e abuso de poder, mas nunca de forma tão direcionada, certeira. Me diga, o que te levou a isso?

EMICIDA – Na verdade, acho que passeio sempre por uma leveza poética e alguns socos no estômago. “Dedo na Ferida” foi mais soco no estômago do que leveza poética. Os temas sociais sempre estiveram presentes na minha música, mas eu busco uma forma mais rica de retratar isso – aliás, algo que não mudei em “Dedo na Ferida”. Mantenho a linha, só refleti mais sobre um mesmo tema, um exercício que tenho praticado muito nas novas rimas. Eu acompanho desde algum tempo notícias sobre a questão da reforma agrária no Brasil, que se faz necessária, assim como uma reforma urbana. Viajei para Porto de Galinhas no final do ano e vi que muito da orla da região está se tornando um conglomerado de hotéis de luxo, diferente de quando fui lá a primeira vez em 2001. Com as obras da Copa, tudo está se tornando um grande canteiro e as próximas gerações não terão mais aquela vista quando ali passarem. Isto tem martelado muito na minha cabeça, assim como a questão de Rio dos Macacos, que tomei conhecimento no final do ano passado ao conversar com amigos do MST sobre a situação dos quilombolas. O incêndio no Moinho ocorreu, a invasão do Pinheirinho e o uso da polícia na cracolândia para tratar de um problema de saúde pública… Foram pontos que involuntariamente viraram um rap.

Quando exatamente e onde compôs “Dedo na Ferida”? Os beats já existiam ou vieram depois?

EMICIDA – O Renan Samam passou aqui há alguns dias e deixou umas batidas para eu escutar. Quando notei, já estava escrevendo. Gravei uma guia e mandei pra ele, ele pirou e então eu falei com meu amigos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, em especial com o Herbert, que me enviou as imagens. Já havia demonstrado que estas questões eram importantes e deveriam receber mais atenção. Mas posts nas redes sociais ganham retuites e respostas, mas não impactam como uma música. Então, decidi ligar a música ao tema por completo e colocar o dedo na ferida. DJ Nyack complementou com os scratchs. Fui com uma ideia simples e ele acabou desenvolvendo outra mil vezes melhor. O resultado é este do vídeo.

Na letra, alem da violência do Estado, você critica a cobertura da mídia. Onde você busca informação?

EMICIDA – A violência do Estado é um ponto; a indiferença por conveniência dos grandes veículos é outro. São dois pontos que eu gosto de abordar porque é impressionante ver a Tropa de Choque invadir um local onde famílias residem para fazer uma desapropriação, não encontrar resistência e disparar gás lacrimogêneo nessas famílias, agredir moradores, e no dia seguinte sai na capa dos jornais: "Confronto entre policia e moradores". Ah, tá me tirando! Aquilo foi um massacre. Isso tá errado, omissão pura. Eu busco formas de me informar. Vejo alguns dos jornais grandes também, mas estes não me trazem novidades em suas abordagens. É sempre parcial e em defesa de um mesmo lado, que nunca é o do povo. Sabe como você faz para o racismo continuar existindo? Você não fala dele. E é assim com as movimentações populares também. Você as ignora e, quando fala, fala num tom de "eles estão errados" ou "eles são a exceção". Não se entra na questão verdadeira que é: temos por direito garantido na constituição a dignidade da pessoa humana. Uma casa própria não pode ser um sonho, deve ser o básico. Agora, me explica por que a lei se faz presente quando se deve cobrar um erro de pessoas sem amparo e não se faz presente quando deveria oferecer a estrutura para que este tipo de coisa seja evitada, sem chegar neste ponto?

Conheceu os lugares citados na letra? Teve contato com pessoas que viveram na pele todo o drama?

EMICIDA – Eu conheci a favela do Moinho há um ano, em um evento chamado “A vida é um moinho”, onde fomos convidados para nos apresentar, por que a prefeitura havia cortado o fornecimento de água. Quando vi o incêndio na comunidade foi muito triste e me soou como mais um capítulo de uma história cruel. Houve um evento em que nos convidaram pra tocar novamente, mas não tínhamos a data, pois estaríamos em Salvador. Coincidentemente, o dia deste evento foi o dia em que às 5 da manhã invadiram o Pinheirinho. Quando meu celular tocou com o prefixo 012 (DDD da região de São José dos Campos), já imaginei a merda acontecendo. A polícia tinha invadido de surpresa a quebrada. Então, como eu estava longe acompanhei a repercussão pela internet. Eu podia fazer pouco e uma vez que ao retornar a invasão da polícia e o esvaziamento do bairro já haviam sido concluídos. Pensei que o primeiro passo era dar alguma espécie de amparo às famílias que estão em condições sub-humanas nos abrigos, amontoados, precisando de mantimentos. Fiz a música, pois música é o que sei fazer e disponibilizei no vídeo o endereço para que enviem mantimentos para estas famílias.

Lançar o clipe e a música juntos foi pensado ou calhou? Sentiu que a música ganharia ainda mais força com as imagens da real situação?

EMICIDA – Já queríamos fazer isto com outro single, mas o tempo de produção da música com a do vídeo não sincronizou e deu errado. Acho uma estratégia muito boa, impactante, principalmente quando se tem uma mensagem tão forte. As imagens ali falariam por si só. Hoje em dia, todos acessam um youtube, então pensar no vídeo como parte da estratégia de lançamento é um ponto muito importante – fora o fato de que realmente isso amplifica o alcance. Ao receber as imagens, já liguei para o Nicolas Prado, que havia acabado de ser contratado pelo Laboratório Fantasma (produtora do artista) para cuidar dos vídeos e passei algumas ideias. Captamos o resto no Cachoeira e casamos as duas estéticas. No final, conseguimos produzir um vídeo que expressa o que o som pede.

Além desse lançamento e do pedido para donativos, você planeja mais alguma ação?

EMICIDA – Estou conversando com algumas pessoas, planejando coisas. Mas não quero aparecer por estar fazendo algum tipo de trabalho social. Então, dificilmente isso será divulgado. O máximo que fiz e que reverberou foi a música – e nisso não tinha como eu não aparecer. Era estratégico usar minha relevância hoje em prol do tema. Agora quero que as ações corram pelas ruas, sem querer trazer pra mim essa imagem de bom samaritano. Sou músico, quero que as pessoas me respeitem e admirem pela minha música. O resto é um "algo a mais" que é mais vinculado a minha pessoa do que ao artista Emicida.

Uma pergunta, digamos, “intima e pessoal” (risos). O que sua mãe achou o resultado? Curtiu a citação a Elis?

EMICIDA – Não falei com minha mãe ainda sobre isso, nem sei se ela já ouviu. Provavelmente já. Espero que ela curta (risos).

***

PRÓXIMOS PASSOS DE EMICIDA

Música na trilha sonora de vídeo game é apenas uma das novidades de Emicida para o futuro próximo. Segundo seu produtor Evandro Fióti, o rapper está focado no planejamento do novo disco: “o primeiro oficial,uma vez que até aqui só lançamos singles,mixtapes e Eps, formatos não tão comuns no mercado nacional”.

Enquanto isso, Emicida segue com invejável agenda de shows pelo Brasil. E nesta segunda-feira (12), realiza o sonhode cantar suas músicas ao lado de uma orquestra (a Allegro), em apresentação só para convidados na Sala São Paulo.

Ele também se prepara para levar suas rimas ao exterior. No fim do mês, dia 25 de março, se apresenta pela primeira vez em Buenos Aires, dividindo a noite com Criolo no Niceto Club. Algumas datas pela Europa estão em negociação.

A camiseta Hip Hop Salvou Minha Vida, que vemos no clipe de “Dedo na Ferida”, logo vai estar à venda nos shows e no site do rapaz.

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“Como Um Tapa Na Cara”

Emicida lança “Dedonaferida”, single + clipe, que reflete sobre as tragédias cotidianas da atualidade e manda recado singelo aos donos do poder: “foda-se suas leis, foda-se você!”

Fernanda Negrini (Vice Br)

Foto: Fernanda Negrini (http://vice.com)

Por Arthur Dantas
Na geração mais recente e atuante de artistas hip hop, você encontra de tudo um pouco, desde o cronista urbano ébrio por excelência - Ogi -, ao MC que leva sua bagagem rap para outros formatos e causa furor, como o Criolo, por exemplo. Uns revolucionam o gangsta com tempero local e um ou dois ases na manga - como Don L. -, e tem até os que encarnam com perfeição a boa e velha tradição do cavaleiro solitário que segue adiante apesar de tudo e todos, como o Kamau. Mas além de todas as virtudes comumente atribuídas ao Emicida nos meios de comunicação (sobretudo, a do cara que renovou o público de rap e recriou a altivez do gênero), a que me chama mais a atenção é o amadurecimento explícito através de seus trabalhos e intervenções como figura pública. Sua nova faixa, “Dedonaferida”, produzida por seu já habitual parceiro Renan Samam, é um exemplo disso.

“Dedicado às vítimas do [favela do] Moinho, Pinheirinho, Cracolândia, Rio dos Macacos, Alcântara e todas as quebradas devastadas pela ganância”.

A faixa contou com direção de Nicolas Prado - parceiro da Laboratório Fantasma desde que passou a trabalhar com o MC no programa Sangue B, da MTV -, usando imagens dos conflitos recentes retiradas da internet, além de captação doeEmicida e DJ Nyack, direto do [bairro] “Cachoeira, laje da dona Jacira, mais precisamente”, como informado pelo produtor e irmão do MC, Evandro Fióte.

O beat pesado, emulando a era de ouro do rap mais politizado, tanto estadunidense quanto brasileiro, parece feito sob encomenda.  Pergunto para o rapper se o beat foi feito sob encomenda como imaginava e descubro o engano: “Ele me mandou, eu ouvi aqui e escrevi um dia, do nada.”E porque decidiu ser mais explícito nessa letra é o que pergunto na sequência: “Acho que a abordagem tinha que ser essa, isso tem que soar como um tapa na cara”.

Lembro da expressão “tapa na cara da burguesia”, que de tão mal empregada e desgastada, virou inclusive piada em clipe clássico(http://www.youtube.com/watch?v=osIx2eCbk-c) da trupe do extinto programa de humor Hermes e Renato. A letra, cheia de imagens violentas (TV cancerigena,
aplaude prédio em cemitério indígena. / Auschwitz ou gueto? Índio ou preto? / Mesmo jeito, extermínio, / reportagem de um tempo mau, tipo Plínio), vai preenchendo a batida pesada e mostra uma faceta pouco exercitada pelo MC.

Tratando de repressão policial, mídia tendenciosa e conflitos sociais, o MC não se esquivou de tratar das políticas do cotidiano e expôs a perplexidade diante de uma opinião pública que cada vez mais se adequa à pensata de famoso poeta alemão, que diz “do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento / mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”. Confira rápido bate-papo com Emicida e o clipe logo abaixo:

Tem espaço ainda pro rap ser a “CNN do gueto”, como diz [líder do Public Enemy] Chuck D.?
Sempre vai ter. O dia que este tipo de rap não existir mais, o rap morreu - isso nem é um pensamento meu, olha a última do Mos Def
(http://www.youtube.com/watch?v=nFg7-4vBPWM) , olha o disco do Common... Os caras se ligaram que tem coisa séria que precisa ser dita ainda, por nós e pros nossos.

Em São Paulo, em particular, vive-se uma espiral de violência estatal e indiferença da população civil. No teu blog, quando você escreveu sobre Pinheirinho, muita gente chiou ou até estranhou seu posicionamento ao lado de quem foi expulso. Isso te assusta na real? Como você se sente diante disso?
Acho comum, infelizmente. O Brasil tem um histórico do povo ser colocado contra o povo e abraçar a causa da "elite": olha pro caso da USP, olha a favela do Moinho, a situação dos quilombolas, do MST, de todas as famílias sem ter onde morar... embora esta parcela da população seja gigantesca, a mídia faz com que o povo pense que são baderneiros, "maconheiros" (esta palavra que porcamente trouxeram de volta em pleno século 21). O que me assusta é a apatia das pessoas perante estas situações: você está assistindo o governo solucionar um problema de moradia com a Tropa de Choque agredindo mulher com criança de colo e acha que é isso que deve ser feito? Na hipótese mais bizarra, o Estado ainda estaria errado pela forma como trata as pessoas. Me sinto no meio de tudo isso como um peixe nadando contra a maré – sempre fui isso. Mas acho um bom teste pro rap também, no momento de exposição gigantesca e egocentrismo extremo, vamos ver quais temas ainda são relevantes... Me sinto na obrigação de dizer isto, até pela quantidade de pessoas que me ouvem. Minha música é produto do que meu coracão me permite ver, nem sempre vai ser pra sorrir, fico preocupado com gente se tornando inimiga de seus vizinhos, em função de noticias de uma imprensa vaidosa, que funciona de acordo com seus próprios interesses.

A letra do Racionais MCs que diz "não confio na polícia, raça do caralho" continua valendo em 2012?
Infelizmente, sim.